sábado, 17 de maio de 2008

Memórias


Àquele que nunca nasceu

Àquele que nunca morreu

Àquele que nunca aconteceu.

Àquele que um dia eu encontrei

Intensamente,

Àquele que fez a vida e a poesia
Que trouxe o sol

E espantou a madrugada;

Àquele que se fez deus

E me fez chorar;
Àquele que trouxe as estrelas

E fez do casebre a realeza

Que trouxe a chuva, o orvalho, o canto, a alegria

A doce alegria das crianças,

A doce loucura da criança...

Àquele que com seu braço branco

Nunca me chegou.

1981


Nenhum comentário: